sexta-feira, 18 de maio de 2007

Jogos da blogosfera

1. Há o teste político que vi pela primeira vez aqui. Já o fiz duas vezes, e para minha irritação dá-me sempre "green" em primeiro lugar, seguido ou de "social liberal" ou de "communist"... Confesso que há várias perguntas cuja importância classifico como "High" mas onde não consigo decidir se concordo ou discordo, portanto ficam "I am not sure". O que eu queria mesmo era ser anarco-comunista. Talvez à terceira.
2. A escala Warhol proposta pelo Pedro, que já vi retomada nestes dois sítios. Não sei se escritores de teatro contam. E não me esqueço da voz da Jeanne Balibar com quem nervosamente (porque tinha de falar francês, bien sûr) meti conversa em Orléans a propósito do Rivette. Mas celebridade a sério para mim foi em Edimburgo: melhor ainda porque estava como espectador. Tínhamos ido ver o último espectáculo de uma peça no festival internacional, e fomos convidados para a festa em casa do autor. Na peça entrava o actor escocês mais famoso a seguir ao Ewan McGregor, o Billy Boyd de hobbitiana fama. Parece que havia por lá mais halflings, mas num sofá estava sentado um senhor muito louro, todo vestido de branco, descalço e com um gato ao colo. A certa altura o gato vai ter com o Miguel Borges. E o mestre zen pergunta:
- What's your name?
- I'm Miguel.
- Hi, I'm Viggo.
E o Miguel aperta a mão ao Aragorn em pessoa (só que em fase bem menos hirsuta). Foi o meu encontro com Hollywood. Não vou dizer mais nada sobre isto.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Eu, abaixo assinado

Hoje é dia de subscrever, concordar, assinar por baixo (e escolher um campo). Fui entregar à Rua das Portas de Santo Antão a "declaração de propositura" da candidatura de Helena Roseta, isto depois de ter actualizado o meu recenseamento no penúltimo dia possível graças à insistência do J. (vou sempre deixando tudo para última até passar o prazo, mas não desta vez). Ainda deu para conversar com a mãe de certa e determinada comentadora deste blog, ouvir em fundo uma discussão com um militante do PS que falava da autoridade d'Ele (Sócrates himself) e assistir às técnicas sempre complicadas de angariação de assinaturas: "Gostaria de contribuir para a candidatura de Helena Roseta?" - parece logo que se está a vender um time-sharing e as pessoas fogem ao ouvir o verbo que as faz pensar na carteira.
Concordo absolutamente com o que diz a Cláudia Castelo aqui: mesmo antes de saber em quem votar, é fundamental tornar viável esta candidatura (ainda para mais depois das peripécias muito suspeitas em volta da marcação das eleições), e por isso foi bonito José Sá Fernandes ter ele próprio assinado a declaração esta manhã.
Finalmente, subscrevo esta ideia de Miguel Vale de Almeida (aqui) e Rui Tavares (no Público de ontem, reproduzido aqui): uma aliança entre Roseta e Sá Fernandes seria uma boa forma de unir esforços em torno de ideias comuns, e talvez assim se fugisse ao discurso anti-partidos que marcou demagogicamente a campanha de Alegre.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Retire o título

Andei este fim-de-semana para cima e para baixo na A1 e noutras estradas deste país que não conheço. Vi exemplos de:
Exibicionismo: os peregrinos que vão a Fátima, em Tondela como em Rio Maior, reconhecem-se pelos coletes fluorescentes (e estão sempre parados em volta de um carro com o porta-bagagens aberto).
Poesia: "Vou ser feliz e já volto!" é o slogan no outdoor da sex shop Afrodite 100%.
Idade dos porquês: Pergunta o neto no expresso para Viseu, baixinho: "Avó, és a favor ou contra o Salazar?" Resposta inaudível.
Ir a Roma e não ver o papa: passei em Santa Comba Dão no dia de anos do dito e não dei pela manif.
Redundância: Por cima da porta da igreja da Benedita, em letras garrafais, lê-se "Eu sou a porta".
Coprofilia: O anúncio do papel higiénico Renova é "O papel mais sexy do mundo".
Injustiça: Pergunta o Miguel se quem mora em Fátima também faz peregrinações a Fátima. Pareceu-nos um caso evidente de favorecimento indevido.
Qualquer coisa sem nome: Um anúncio num café em Fátima diz algo como "Aceitam-se idosos para casa particular. Pessoa com experiência".
Também aproveitei para ver uma série de belos espectáculos, actores novos apropriando-se orgulhosamente de palavras novas.

Top 2

Obrigado ao Alexandre - a única pessoa que eu conheço que viu a versão longa de quase treze horas do Out 1 (Noli me tangere) de Rivette - pelo simpático enlace. E ao Rogério Casanova pelo anagrama que me coube em sorte, "Fabricar abismo" - deve ser a isto que se chama retorno do recalcado.
Um desde o início, há quatro anos, outro há menos tempo, assim que o descobri, são dois daqueles blogs que eu visito de dez em dez minutos e ainda carrego obsessivamente no refresh.