Não resisti a ir verificar, que a minha presunção não é tanta. E fui obviamente destemido, não tinha estaleca para tanto: se acertasse em todos os pormenores seria chato, um erro estaria bem, dois já é exagero. Pois pequei duplamente, uma das vezes por omissão, ambas na Comédia de Deus, dos três filmes o que vi há mais tempo. É que o soneto de Camões é primeiro dito por JCM em off, com Rosarinho ao espelho e só depois lido por Joaninha; e não na cornucópia, o que seria demasiado retórico na junção do sublime e do abjeccionista (e "tudo o que é demais cheira mal"), mas na cena seguinte, numa mais prosaica retrete. Aqui ficam os stills. Quanto a Robert Browning, não sei se é citado, mas a melhor referência que lhe é feita tem de ser a do Pierrot le fou: "un poète qui s'appelle revolver."
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Filmes com poemas dentro
Aproveito que esta lista ganhou novo alento aqui e aqui para responder ao desafio:
- Primeiro lembrando que o soneto "Um mover d'olhos brando e piedoso" aparece em dois filmes do César Monteiro, alimentando assim a quota dos filmes portugueses: a primeira vez nos Sapatos de Defunto (com o Luís Miguel Cintra dobrado pelo próprio João César a dizê-lo à Paula Bobone num café a dar para o Campo Grande) e a segunda na Comédia de Deus (quem o lê é a miúda - Joaninha? - sentada na cornucópia de ovos).
- Depois acrescentando um Rivette: em L'Amour par terre, André Dussolier cita um excerto do poema de Verlaine do mesmo nome a Geraldine Chaplin, perante uma estátua de Cupido desfeita no chão.
P.S. Como não fui verificar nada disto é provável que um ou vários pormenores estejam errados. Se estiverem não faz mal, chama-se a isto "to pull a Bénard da Costa" e é a minha homenagem.
- Primeiro lembrando que o soneto "Um mover d'olhos brando e piedoso" aparece em dois filmes do César Monteiro, alimentando assim a quota dos filmes portugueses: a primeira vez nos Sapatos de Defunto (com o Luís Miguel Cintra dobrado pelo próprio João César a dizê-lo à Paula Bobone num café a dar para o Campo Grande) e a segunda na Comédia de Deus (quem o lê é a miúda - Joaninha? - sentada na cornucópia de ovos).
- Depois acrescentando um Rivette: em L'Amour par terre, André Dussolier cita um excerto do poema de Verlaine do mesmo nome a Geraldine Chaplin, perante uma estátua de Cupido desfeita no chão.
P.S. Como não fui verificar nada disto é provável que um ou vários pormenores estejam errados. Se estiverem não faz mal, chama-se a isto "to pull a Bénard da Costa" e é a minha homenagem.
domingo, 21 de junho de 2009
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