quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Caótico mas não absurdo

- Bien... C'est un peu décousu, non?
- Bien sûr, et après?
- Oh, ça n'a pas grande importance...
- Pourquoi?
- Parce que tout se lie sur un autre plan.


Já li de certeza isto algures, se calhar mais do que uma vez: é claro como nesta cena de Paris nous appartient entre Betty Schneider (Anne) e Giani Esposito (Gérard, o encenador de Péricles de Shakespeare) se expõe uma poética possível não só para este filme (onde a acidentada montagem de Péricles reflecte as dificuldades da rodagem do filme) mas para todo o cinema de Rivette. Como diz Gérard um pouco depois, "la mise en scène d'un monde chaotique mais pas absurde".
Mas desta vez (a segunda, ainda não cheguei aos três visionamentos que Luc Moullet exige, como se diz na folha da Cinemateca de Luís Miguel Oliveira) reparei noutra coisa: nos últimos cinquenta anos alguém mudou o pavimento do Pont des Arts.

1 comentário:

P Amorim disse...

Não foi só o pavimento, foi a ponte toda, nos anos 80 do século passado. Tomei conhecimento da história, por acaso, lá mesmo.