A julgar pelos aniversários que se têm comemorado, ando a ler blogs há mais de quatro anos. Coluna Infame, Blog de Esquerda, umblogsobrekleist, Voz do Deserto, País Relativo, Gato Fedorento... Cheguei a escrever aqui, intermitentemente, com ausências prolongadíssimas e regressos por vezes intempestivos. Um blog colectivo tem esse conforto, há quase sempre alguém que se lembra de qualquer coisa para dizer. E a partir de certa altura torna-se cada vez mais difícil escrever, o próximo post depois de tanto tempo tem de ser significativo, pensado, trabalhado. Nunca chega o momento certo, ou quando chega lá vem outro colaborador que decide escrever dez de seguida, cheio de som e fúria, imagens e links, afundando o que a custo postámos nos confins da página ou até, com alguma sorte, directamente nos arquivos. O BdEII, onde tanto gostei de escrever algumas coisas (thanks, ZM), estava muitas vezes em hora de ponta, o que é óptimo para ter leitores e debate e comentários, e isto às vezes passados segundos; mas às vezes torna-se num campo de batalha e nem sempre estamos preparados (eu não estava) para a violência das reacções, injusta ou não, mas que agride e invade sempre. Provas de virilidade.
Há muito tempo que andava a pensar ter um blog I could call my own, sempre quis abrir o blogger e seguir as instruções, escolher um template, arrumar os links, e agora? Mas não tinha título, não tinha tempo, sabia que passado o entusiasmo inicial a coisa morria. Continuei a ler, quase só blogs individuais por causa do silêncio, é só olhar para a lista ali à direita. E depois de desesperar com as parcas actualizações destes "favorites" (sim, sou eu quem faz "refresh" várias vezes para ter a certeza de que não há nada novo), pensei que também eu podia escrever assim pouco como às vezes alguns deles. Nada durante um mês? Não faz mal: também eu quero escrever um post ameaçando poucos posts no futuro próximo. Sem dramas ou com muitas mortes e ressurreições, porque não? Mas ir falando, balbuciando umas frases, mal, incerto quanto ao tom, sem graça muitas vezes, baixinho. Para mim, para algumas pessoas a quem talvez comunique cheio de orgulho a abertura de portas, "umbiguista" com certeza e arrependendo-me na manhã seguinte. Talvez seja assim.
1 comentário:
oh que bom... que bom que bom
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