sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sintaxe

Aquilo de que mais gostei na crítica do MEC ao livro do RAP no Ípsilon da semana passada foi este excerto: “E porque não? Devem ser as duas palavras mais engraçadas, úteis e curtinhas que temos. Porque não?” É que isto obrigou os pressurosos revisores do Público a não separar o “por” do “que”, e é muito bem feita que é para aprenderem, devem-se ter roído todos por dentro.
Já esta semana, António M. Feijó não teve tanta sorte ao escrever sobre a biografia de Shakespeare de Peter Ackroyd: “As descrições que fez persistem. E por que não persistiriam?” Pois, também não sei por qual “não”, nem sei quantos “nãos” há à escolha, nem por que insondáveis desígnios é preciso escolher só um.
Aconselho portanto todos os colaboradores a doravante citarem a MEC-jurisprudência, logo ali no próprio texto. Feijó devia então ter escrito: “As descrições que fez persistem. E porque não (devem ser as duas palavras mais engraçadas, úteis e curtinhas que temos: porque não) persistiriam?”

Sem comentários: